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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

Tonta garoa!

               No lado de fora da janela uma garoa fina, de "espantar bobo",  caía e encharcava os galhos dos ciprestes que ornamentavam a calçada de entrada daquele velho prédio acinzentado de paredes marcadas pela umidade onde vivia desde os nove anos no apartamento número 803 com sua mãe, uma secretária de qualquer lugar, que passava os dias ao telefone, e sua irmã menor, pré-adolescente irritadiça que começava a dar os primeiros passos no campo das relações amorosas.                Sentada no parapeito da sacada, fumando o ultimo cigarro do masso que havia comprado ontem, ela pensava no último incidente amoroso que lhe ocorrera, do qual havia restado um semestre perdido da faculdade de Farmácia, alguns meses de terapia, alguns muitos amigos a menos, e os sentimentos reprimidos de impotência e desespero que escondia atrás de seu orgulho.                Cansada...